Núcleo Temático III
Eixo 1- Cultura digital juvenil.
A Juventude e as novas tecnologias da informação e comunicação
É inegável que para os jovens, o mundo virtual é um espaço de expressão e descoberta. Mas é claro que é preciso orientá-los a reconhecer e a evitar os riscos desse novo mundo. Também não dá mais para tentar ignorar ou reprimir o uso do celular em sala de aula, por exemplo, como as escolas o fazia alguns anos atrás, até porque para os adolescentes, a tecnologia exerce fascínio porque é uma das poucas áreas em que eles têm desempenho melhor que os adultos. Os adolescentes podem eleger ídolos, criar culturas próprias distantes da figura de autoridade dos pais e familiares e construir relacionamentos com certo distanciamento e liberdade (essencial na busca da autonomia que caracteriza a puberdade). Esse é sem dúvida um dos maiores desafios a serem resolvidos pelas escolas, faculdades e universidades na atualidade, como questiona a professora Nilceia Protásio: "... nós nos perguntamos enquanto professores: será possível alguém conseguir prestar atenção em duas coisas diferentes? E para a minha geração de professores isso causa uma certa inquietação no momento que nós vemos na atualidade jovens com os seus hábitos de comunicação, o que muitas vezes para alguns isso compromete a atenção e o nível de comprometimento desses jovens com a educação, com aquela disciplina que está sendo ministrada".
Devemos também ponderar um aspecto da vida contemporânea
turbinada fortemente pelas tecnologias: o imediatismo. A possibilidade de
encontrar tudo ao alcance de um clique, de falar com qualquer pessoa
instantaneamente, de baixar vídeos e músicas em banda larga pode dar a
impressão - falsa - de que não há espera nesse mundo. "Hoje, os jovens
estão cada vez menos reflexivos. Imersos na tela do computador, eles não
conseguem parar para pensar sobre a sociedade ou si mesmos. Há sempre algo para
ver ou fazer ou alguém com quem falar", argumenta Vanessa. Mas os
obstáculos reais, que não podem ser resolvidos aqui e agora, continuam
surgindo. Vários deles aparecem na escola, já que aprender requer tempo e
dedicação. Infelizmente
a maioria absoluta dos jovens frente às novas tecnologias da informação e
comunicação se apropria dela de forma apenas a copia-las, a reproduzi-las sem
na maioria das vezes fazer mesmo que seja uma breve reflexão sobre aquilo que
está reproduzindo, consumindo, a maioria querem apenas entrarem na "onda", não
querem serem diferentes, ou se sentirem desatualizados frente seus amigos,
colegas, lembrando o que Durkhiem defendia no seu conceito de consciência
coletiva: o conjunto de características e
conhecimentos comuns de uma sociedade, que faz com que os indivíduos pensem e
ajam de forma minimamente semelhante. Corresponde às normas e às práticas, aos
códigos culturais, como a etiqueta, a moral e as representações coletivas. A
resposta pode estar no que sugere o professor Elliot E. Eisner, no texto: O QUE
PODE A EDUCAÇÃO APRENDER DAS ARTES SOBRE A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO? Quando ele diz
que: A flauta torna possíveis algumas qualidades que o violino baixo
nunca vai produzir, e vice-versa. Pintar com aquarelas torna possíveis algumas
qualidades visuais que não podem ser criadas com pinturas de óleo. A tarefa do
artista é explorar as possibilidades do meio, de forma a concretizar objetivos
que ele ou ela valorizam. Cada material impõe as suas exigências distintas e
para usá-las bem temos que aprender a pensar dentro delas. Temos que usarmos
essa poderosa ferramenta a nosso favor, mais é claro que isso passar por
conhecê-la, estuda-la, e não apenas, ou simplesmente refutá-la, como fazem
muitos educadores, mas também não será possível inserir uma nova e polêmica
ferramentas em nosso processo educativo, sem conhecê-la, sem "saber usá-la",
não posso incorrer no erro de tentar usar aquilo que não conheço, ou não
domino, porque nossos alunos, os jovens o fazem. É u mundo novo, e como é
normal em algumas pessoas, o novo nós da medo, nos sentimos confortáveis no
modo antigo ou atual, mas como diria Platão, em algum momento devemos,
necessitamos sair "da caverna" abandonar as incertezas das sobras e contemplar
a luz. Porque me parece que o celular, o computador tem um papel
particularmente promissor em dar aos estudantes oportunidades de aprender a
pensar de modos diferentes.