Referencial Teórico


Diálogos entre as linguagens artísticas

Para muitos revisitar um clássico universal para uma adaptação moderna é algo extremamente audacioso e até arriscado. Contudo, em "Peter Pan - O Musical da Broadway", há o encontro perfeito entre o texto consagrado de J. M. Barrie -publicado em 1904- com a produção contemporânea de ponta da Touché Entretenimento, a apresentação é belíssima pela riqueza de detalhes: desde os cenários notáveis aos figurinos de coloridos sóbrios balanceados com os de cores vibrantes. Com duração de quase três horas, nada sobra, inclusive o pó de pirlimpimpim. Em cena, o elemento completa o toque de fantasia, não somente por fazer Wendy e seus dois irmãos voarem pelo quarto e, na sequência, para a Terra do Nunca, mas por brilhar no chão durante os movimentos frenéticos de Peter Pan e até fazerem brilhar as roupas dos atores que esbarram no item mágico.

O Peter Pan faz de tudo no palco, interpretado pelo multitalentoso Mateus Ribeiro, que atua, canta, dança, sapateia, faz acrobacias e voa magistralmente. Seja pelo quarto das crianças Darling, nos lindos lugares da Terra do Nunca, em luta com o temível Capitão Gancho, brilhantemente interpretado por Daniel Boaventura e, por fim, por cima do público.

De fato, assim como Mateus Ribeiro disse em entrevista ao portal Resenhando.com, "mesmo o público conhecendo a historia por meio dos filmes ou livros, aqui temos ainda as músicas, as danças... que são incríveis e surpreendentes. Fora isso tem toda a questão lúdica que vem à tona. Temos seis atores voando e outros efeitos, coisas que nunca vi em montagens brasileiras. Saímos do óbvio em vários sentidos, então não tem como ninguém saber o que vai de fato assistir até ir ao teatro." Imperdível!

Atualmente, como podemos observar no texto Hibridismo e Fragmentação: a junção de linguagens artísticas na montagem do espetáculo Enquanto Dure, que apresenta uma inter-relação entre as diferentes linguagens artísticas elencadas para a produção da peça (o teatro, a dança e o audiovisual), permitindo uma composição estética. Como também no texto: FORMA EM MOVIMENTO: um diálogo entre as Artes Plásticas e as Artes Cênicas Tânia Mara Silva Meireles Escola de Belas Artes/ UFMG Palavras-chave: forma espaço movimento cênico, onde podemos perceber ogrande sentido para mim e me levam a refletir sobre a importância destas linhas estarem, carregadas de uma potência expressiva que torna cada gesto único e singular. Apresentando o corpo em movimento como elemento mediador do uso do espaço, elemento este expressivo de nossas vivências subjetivas / objetivas. E ainda no texto: MÚSICA E CENA: UMA PROPOSTA DE DELINEAMENTO DA MUSICALIDADE NO TEATRO, tem como foco a musicalidade no contexto teatral e propõe um delineamento de seus fundamentos. Vem crescendo significativamente a inserção de recursos audiovisuais em vários segmentos da sociedade, como a educação e também nas artes, hoje já é quase que improvável você ir assistir uma peça de teatro que aborde apenas um dos ramos da arte, é possível encontrar dois, três elementos da arte em uma mesma performance, fruto de uma maior facilidade em seu acesso, bem como também a tentativa de deixar o espetáculo cada vez mais atualizado e atrativo ao publico. as Artes abarcam disciplinas correlacionadas: Artes Visuais, Música e Teatro. Vemos as Artes como caminhos que nos auxiliam a enxergar e experimentar o mundo que o cerca, apresentam maneiras alternativas para ele expressar o que sente e pensa sobre o mundo e, por fim, expandem a sensibilidade do indivíduo, sua inserção na sociedade e um olhar crítico e sensível sobre ela. Por esse motivo, pensamos no contato com as Artes como uma oportunidade para desenvolver as habilidades sociais, emocionais e afetivas de cada um, com uma estrutura curricular que dialoga fortemente com os currículos de Inteligência de Vida e com os eixos temáticos de Cidadania Global.

A arte é uma das melhores maneiras do ser humano expressar seus sentimentos e emoções. Ela pode estar representada de diversas maneiras, através da pintura plástica, escultura, cinema, teatro, dança, música, arquitetura, dentre outros. A arte é o reflexo da cultura e da história, considerando os valores estéticos da beleza, do equilíbrio e da harmonia.

Desde a pré-história, na pintura rupestre, verificamos a necessidade do homem em representar a realidade sob a sua perspectiva e percepção. A arte evolui com o tempo e em cada época, de acordo com o contexto histórico, observa-se uma tendência a certo estilo.

A arte pode ser também definida como algo inerente ao ser humano, feito por artistas a partir de um senso estético, com o objetivo de despertar e estimular o interesse da consciência de um ou mais espectadores, além de causar algum efeito. Cada expressão artística possui significado único e diferente.

Está interligada à estética pelo fato de ser potencial do homem de imprimir beleza ou se esforçar para materializar (ou imaterializar) algo que o inspira


Interterritorialidade: aspectos conceituais sobre as artes expandidas e A Metalinguagem no Ciberespaço

Observei uma profundada discussão elaborada por Sandra Pesavento, onde resgata e analisa a contribuição de alguns dos mais importantes autores que se etiveram sobre a problemática do imaginário. Relacionando esta temática à chamada "crise de paradigmas", que marca a inflexão do mecanicismo cientificista, a autora destaca que:

O imaginário é, pois, representação, evocação, simulação, sentido e significado, jogo de espelhos onde o "verdadeiro" e o aparente se mesclam, estranha composição onde a metade visível evoca qualquer coisa de ausente e difícil de perceber. Perseguilo como objeto de estudo é desvendar um segredo, é buscar um significado oculto, encontrar a chave para desfazer a representação do ser e parecer. (PESAVENTO, 1995, p. 24).

Não há como desvincular a problemática do imaginário da discussão acerca de sua relação com o real. Esta foi um constante ponto de discórdia com o pensamento científico ou materialista, que tradicionalmente considerou o imaginário como algo ilusório, ou mesmo como um engodo (BACZKO, 1991, p. 12/13; PESAVENTO, 1995, p. 11). No centro desta concepção, imaginário significava um real construído de maneira deformada; caberia ao pensamento científico justamente a operação desmistificadora que separaria o quimérico do verdadeiro. Entretanto, o avanço dos estudos e a difusão das reflexões sobre esta temática tem estabelecido novos parâmetros de debate. Atualmente esta problemática é alvo de uma discussão muito mais sofisticada, que questiona inclusive a pretensa dicotomia (tão cara aos cientificistas) entre real e imaginário.

Quanto à identidade, tornou-se um termo comum nas ciências sociais, e foi visto, num primeiro momento, na filosofia, como um princípio de unidade não contraditória. A noção de identidade origina-se da sua raiz latina, que significa permanecer o mesmo e também pode representar a continuidade da identidade psicológica de uma pessoa ao longo do tempo. Por sua vez, a noção de identidade torna-se objeto de estudo da Psicologia Social "ao ocupar um lugar central, porque se insere numa das preocupações principais da disciplina, qual seja, a relação entre o individual e o coletivo" (Sá, 2009, p. 9).

A globalização é o cenário no qual se dá a fragmentação, a emergência e a produção das identidades e produz impacto sobre as identidades culturais. A pós-modernidade se caracteriza pelas mudanças constantes e rápidas no cenário social, havendo, assim, maior fluxo e deslocamento entre fronteiras territoriais e identitárias. Tais trânsitos são marcados pela diferença e por uma variedade de posições de sujeitos: "O deslocamento tem características positivas". Ele desarticula as identidades estáveis do passado, mas também abre a possibilidade de novas articulações: a criação de novas identidades, a

produção de novos sujeitos" (Hall, 2006, p. 18). Dessa maneira, o contexto social contemporâneo é marcado pela inter-relação identidade e diferença.

Pode-se dizer, que a identidade é "aquilo que eu sou" e se dá como uma positividade e a diferença é "aquilo que o outro é". Portanto, ambas são autorreferenciadas e intercambiáveis. De acordo com a Psicologia Social (Deschamps & Moliner, 2009), as definições de identidade e diferença se deram pela dicotomia entre identidade social e pessoal, "a identidade social refere-se a um sentimento de semelhança com (alguns outros), enquanto a identidade pessoal se refere a um sentimento de diferença em relação a esses mesmos outros". Tal distinção explica a identidade e a diferença pela relação entre o indivíduo e a sociedade ou entre aspectos coletivos e pessoais.

Em A invenção do Cotidiano, Michel de Certeau (2008) introduz o termo praticante para subverter a noção comumente difundida de que os indivíduos da contemporaneidade tendem a ser meros consumidores culturais, sem qualquer reconhecimento da capacidade humana de se apropriar e recriar os artefatos culturais que atravessam a existência.

Entre os artefatos culturais que permeiam a trajetória dos praticantes da contemporaneidade, destacamos neste artigo a categoria cidadania.

Essa concepção, adotada por Roberval Linhares, ilustra claramente qual é a função da arte e como ela está ligada a os espaços de poder em que o artista dependendo do local em que está posicionado pode ser representado como uma figura de ascensão ou de subalternidade, podendo o artista obter privilégios sociais ou cair na desgraça social.

Como uma metalinguagem é uma linguagem usada para descrever algo sobre outra linguagens. É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra.

A musica é simultaneamente veiculado a imagens do filme, portanto não apenas sons podem ser presentificados, mais também imagens, ou melhor, o resultado da combinação entre imagens e sons, ocorrendo a interação entre duas linguagens distintas, a sonora e a visual, que sem dúvida potencializam a lembrança da performance.

A combinação de duas linguagens juntas, cinema e musica, resulta no surgimento do uma nova poética, em que ambas em diálogos contínuos, estabelecem novos limites significativos.

Não e por acaso que as partes mais marcas dos filmes atuais, são sempre sonorizadas, potencializando assim as emoções que ou diretores quem passar ao público, bem como em alguma peças teatrais que também se utilizam desse casamento som\imagem, podemos perceber isso também nos presentes videoclipes musicais que são tão largamente produzidos atualmente, um dos filmes nos quais podemos ver visivelmente a questão do imaginiário, a identidade, contexto histórico, no qual me recordei foi "A Matrix" (1999), e atualmente os diretores tem abordado essa temática para cada vez mas prender a atenção de que sem propõe a assistir, tanto filmes, teatros, videoclipe, cada vez mais estão interligados a imagem e o som.

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